As
contribuições da Psicomotricidade na Educação Infantil
Há várias definições em torno do que seja a Psicomotricidade,
desde o seu surgimento, quando seguia uma vertente teórica, depois
prática, até chegar ao meio-termo entre as duas. Contudo, podemos
dizer que a Psicomotricidade tem como objeto de estudo o movimento
humano, reunindo as áreas pedagógicas e de saúde.
A Psicomotricidade envolve toda ação realizada pelo indivíduo; é
a integração entre o psiquismo e a motricidade, buscando um
desenvolvimento global, focando os aspectos afetivos, motores e
cognitivos, levando o indivíduo à tomada de consciência do seu
corpo por meio do movimento.
Este estudo pontua também algumas fases fundamentais dentro do
processo de desenvolvimento motor infantil de grande relevância, com
o intuito de auxiliar pedagogos e professores, para que entendam os
conceitos da Psicomotricidade e sua importância no processo de
aprendizagem das crianças na Educação Infantil.
Le Boulch (1985, p. 221) observa que “75% do desenvolvimento
psicomotor ocorrem na fase pré-escolar, e o bom funcionamento dessa
área facilitará o processo de aprendizagem futura”.
Portanto, é importante que o professor da Educação Infantil tenha
consciência de que a criança atua no mundo por meio do movimento;
daí a importância de o professor conhecer o desenvolvimento motor e
suas fases, para que seja capaz de propor atividades fundamentadas
nos conceitos da psicomotricidade, criando currículos e projetos em
que as crianças utilizem o corpo como meio para explorar, criar,
brincar, imaginar, sentir e aprender.
Num ambiente altamente favorável, o nosso menino ou menina pode
encontrar possibilidade de retirar o máximo proveito de suas
potencialidades inatas. Num ambiente diferente e hostil, apenas
algumas dessas potencialidades básicas poderão exprimir-se (GESELL,
2003, p. 42).
O processo educativo não deve basear-se somente em teorias, mas
também na força das relações afetivas; quando as crianças vivem
em um ambiente que as compreende, elas se tornam mais autoconfiantes.
Dessa forma, a qualidade na relação entre professor e aluno é
fundamental no processo pedagógico.
Há algum tempo, as crianças experimentavam de maneira espontânea,
por meio do brincar diário, atividades motoras suficientes para que
adquirissem habilidades motoras mais complexas. Os verbos brincar,
aprender e crescer eram indissociáveis.
A infância hoje é bem diferente; algumas mudanças aconteceram; a
urbanização, a necessidade de segurança e o avanço tecnológico
são fatores que diminuíram os espaços e a liberdade para que as
crianças pudessem simplesmente brincar.
É nesse momento que a escola deve ser a grande aliada, não somente
para garantir um futuro profissional brilhante para essas crianças
como também, do mesmo modo, ajudando-as se tornar indivíduos
autônomos, criativos e críticos.